quinta-feira, 26 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Amigos do Pedal - Gazeta do Povo

Uma descida graciosa pela Serra do Mar

A paixão pelo ciclismo uniu um analista de sistemas, um engenheiro mecânico, uma pedagoga e um dentista. Carlos Henrique, Carlos Alberto, Melissa e Fernando fazem parte do grupo “Amigos do Pedal”, que, entre outras aventuras, costuma descer a Serra do Mar de bicicleta. Todos garantem que a investida vale pelo contato com a natureza, mas ressaltam que a atividade requer cuidados com a segurança.

Existem duas rodovias pelas quais os ciclistas vão para as praias: a BR-277 e a Estrada da Graciosa, a PR-410. Com suas montain bikes (o outro tipo de bicicleta frequentemente usada é a speed, preferida por atletas profissionais), que chegam a 60 quilômetros por hora, o grupo prefere as belezas da Graciosa, devido ao menor trânsito.

“O barato é a adrenalina. A pessoa se concentra na descida e se desliga da realidade” garante o engenheiro mecânico Carlos Alberto Dias Chaves, 34 anos, marido da pedagoga Melissa Simões Piekarski, 32. “É possível ver mais detalhes do que se fosse de carro. Descarrego a tensão do dia-a-dia”, conta o dentista Fernando Schwambach, 27, que comenta que alguns amigos riem do hobby. “O pessoal acha engraçado porque eu tenho que primar pelas mãos e pelos braços, mas isso não me interessa. É só ter coração e vontade.”

O analista de sistemas Carlos Henrique Stiegler, 24 anos, relata que a recompensa às vezes vem no fim. “A sensação após a descida é maravilhosa e ainda há uma cachoeira no fim do percurso, para brindar o esforço” diz, explicando o porquê de esta viagem valer a pena. “A nossa vontade é de sair da selva de pedra que é Curitiba. Quando o tempo está bom, a vista é impressionante.”


Não é para qualquer um

Apesar de parecer fácil, a descida da Serra do Mar é perigosa para quem não a conhece, independentemente da estrada escolhida. Nos três últimos meses foram registrados dois acidentes graves, um na BR-277 e outro na Graciosa.

Os equipamentos de segurança, como capacete, luvas e óculos, são essenciais. Além disso, recomenda-se uma boa revisão na bicicleta antes de pegar a estrada. Schwambach indica também o uso da cotoveleira, já que um dia percebeu a falta que ela faz. “Era uma curva fechada e tive que me jogar para não cair fora da pista. Na queda, me arranhei, tive hematomas e rasguei a roupa”, conta.
A descida também exige o mínimo de preparo físico e espírito de aventura. “Tem de ter uma experiência básica em longas distâncias. Caso aconteça algum incidente e estrague a bicicleta, a pessoa vai precisar de força para carregá-la”, comenta Stiegler.

Já Melissa lembra que o equipamento deve ser específico. “É necessária uma bicicleta com várias marchas, quadro leve e pneus adequados. Do contrário a pessoa pedala 30 quilômetros, estoura o joelho e depois nunca mais vai querer ver uma bicicleta na frente”, comenta a pedagoga. “Normalmente a o clima é úmido na Graciosa. Tem de tomar cuidado porque a estrada fica lisa”, complementa o marido.
Aparentemente apenas uma diversão, descer com outras pessoas na verdade é uma necessidade de segurança. “Nunca fui sozinho e nem aconselho. Foram quatro vezes e sempre com pelo menos um que já tenha descido antes” conta Schwambach. Quem não tem amigos ciclistas e acredita que está preparado para esta aventura, pode fazer contato com o grupo “Amigos do Pedal”. Basta acessar o blog colunasocialamigosdopedal.blogspot.com.